terça-feira, 6 de outubro de 2009

Análise do livro: Júlio César

No livro, a história de Júlio César é contado com um dos grandes líderes de Roma. Apesar de estar mais velho, não demonstra cansaço. Nas primeiras cenas, ele está com sua mulher e seu amigo Marco Antônio na festa dos Lupercais. Percebemos muito a questão da mitologia nas passagens dos atos. Mas, há um tópico importante que vai dominar toda a peça: César teria ambições maiores?

Porém, nem todo o povo de Roma adorava César. Cássio dizia que ele queria ser Rei, e iria transformar o povo em servos. Mas, isso era muito inveja da riqueza de Júlio. Então, pelo poder da palavra Cássio tentou seduzir Brutus a fazer parte de uma conspiração para matar César. Brutus era muito amigo deste, e não conseguia imaginar tal façanha. Depois de muito pensar sobre o assunto, e também, de uma força que Cássio e os outros conspiradores colocaram cartas assinadas pelo povo inflamando a fúria de Brutus, este aceitou fazer parte do plano.

Um vidente cego alertou César com os idos de março, porém ele não deu a atenção devida. A Calpúrnia também teve vários sonhos que revelaram o plano do assassinato contra o poderoso. Mesmo assim, ele foi convencido pelos outros a trabalhar no Capitólio naquela manhã. Muitos golpes atingiram o corpo daquele que era mais importante político, transbordando um rio de sangue. Atordoado, César buscou a ajuda do seu velho amigo Brutus. O golpe dado por ele foi no coração, tanto pela força da adaga como pela traição. As últimas palavras de Júlio César foram: “ E TU, BRUTUS?- Então cai, César”.

Após o incidente, a população estava enlouquecida com o ato. Brutus foi dar satisfação a Roma do atentado. Depois, Marco Antônio muito triste pela perda do amigo, discursou sobre a vida, as glórias e inflamou o povo contra os conspiradores de maneira divina sem citar nada contra eles. De início ele diz: Amigos, romanos, homens da terra, dêem- me ouvidos. Venho para enterrar César, não para elogiá-lo”. ( ATO III, cena II).
Antônio falou dos fatos que levaram à morte de César, mostrando seu corpo várias vezes e os ferimentos feitos pelos conspiradores. Muitas vezes voltou a falar da natureza honrada de Brutus. Além de dizer o quanto Júlio amava o povo e dizendo que o testamento era um legado para as futuras gerações. Em uma das falas de Antônio diz: “Ele era meu amigo, fiel e justo comigo. Mas Brutus diz que ele era ambicioso, e Brutus é um homem honrado”( ATO III, Cena II).

O povo saiu queimando e matando todos os que viam pela frente.Cássio e Brutus fugiram da cidade. Enquanto Marco Antônio tecia a aliança do triunvirato com Otávio César e Lépido. A guerra estava vindo, no desespero, Pórcia se matara.
Brutus começou a ver o fantasma de César. Apesar disso, a guerra estava concentrada em Phillipi. Como, o triunvirato estava ganhando, os conspiradores resolveram se matar. Quando Marco Antônio encontrou o corpo de Brutus disse: “Esse foi o mais nobre de todos os romanos” ( ATO V, Cena V).

No filme de Júlio César, da década de 50, cujo Marlon Brando interpretou maravilhosamente Marco Antônio, percebe-se que as falas são originais do texto de Shakespeare. Em duas horas de emoção, o diretor deu privilégio aos discursos, as expressões dos atores. Por exemplo, o Júlio César, o Marco Antônio e o Brutus desta versão passam mais verdade ao telespectador. Por exemplo, Brutus era jovem e não velho como na segunda versão, pois há relatos que ele poderia ser filho bastardo de César. O Júlio César mostra ser mais humano como descrito nas falas de Cássio.

Talvez, o ponto mais forte do filme seja a cena em que Antônio viu seu amigo caído no Capitólio e a cena do discurso para o povo, pois ele falava com tal naturalidade com um político comum. Não passou cenas das guerras e nem de tanto sangue, e tantas mortes como no outro filme. Somente, a alusão da guerra com os exércitos se preparando, e as conversas dos soldados de onde iriam atacar. O vidente cego dava mais credibilidade para que César não acreditasse nas profecias.

Nos extras, há uma parte em que fala o surgimento de uma estrela referindo –se a Brando. Como ele interpretara Marco Antônio de maneira esplêndida. Não que o ator Heston não tenha sido suficientemente bom. Pelo contrário, ele se saiu bem também na cena do discurso. Porém, a segunda versão nos traz um Cássio profundamente denso e invejoso com um olhar que nos mata de medo. A Calpúrnia ganha mais destaque , pois apresenta os sonhos dela. O medo que ela sentia ao ver os conspiradores na sua casa para buscar seu marido para o matadouro. O Júlio César também foi bastante convicente. Quando Brutus vira o fantasma , e aparece como presságio da morte futura deles. Interessante , também, de mostrar Calpúrnia na multidão junto do corpo do marido quando Antônio descobre o corpo. E ao vê-la chorando, ele diz: “ Ela já está chorando só em ver o manto manchando, imagine ao ver o corpo!”.

Neste filme, Otávio César aparece um pouco mais que no outro filme, também era Richard Chamberlain, fututo galã de Pássaros Feridos. Outro fator que mostra talvez o lado mais sombrio e misterioso do filme Júlio César é quando no início das cenas mostra o campo de batalha com uma caveira falando: Ave César!. Isso repetidas vezes. As cenas de sangue mostram a carnificina que foi o ato em si. Mas, para mostrar ainda o poder que exercia sobre todos, Brutus antes de morrer disse que ele podia se sentir vingado, pois todos morreram pelas adagas que perfuraram 33 vezes o corpo dele. Apesar de Brutus não ser invejoso, e no final, ter se arrependido e disse que estava mais feliz em se matar de que quando matou o amigo, ele disse que iria brilhar na história mais que Otávio César e do que Marco Antônio. Isto é impossível, ele é lembrado como traidor, assim como Judas traiu Jesus com um beijo na face, Brutus traiu com um beijo na mão e apunhalada no peito. Em muitos momentos vemos referência a Bíblia, como as pedras se levantaram ..., ou os 33 ferimentos de César.

Principalmente, a semelhança das primeiras letras dos nomes de Jesus Cristo e Júlio César. Estas semelhanças não são por acaso. Porém ,só Shakespeare poderia explicar. As coincidências são várias. Mas, a história é um mistério assim como a literatura.

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